Ontem vi o Hobbit. E ao contrário do ditado, o Hobbit não faz o monge... aliás, o Hobbit não faz nada, excepto roubar um anel a um tipo manhoso com sérios problemas de dupla personalidade, e atacar um orc maneta que provavelmente ainda era da família dos Cullen porque parecia que já não via o sol há muito tempo...
Depois de ver o Hobbit, fiz um jogo mental ao tentar descobrir qual o filme mais parecido com ele, e rapidamente cheguei à conclusão óbvia que era "A Guerra dos Mundos", não o último filme foleiro (que nem sequer faz uma porcaria de uma referencia a Thunder Child), mas sim o fixe de 1953. E porquê? Simples... ambos os filmes são a cores, ambos os filmes são sonoros, ambos os filmes têm argumentos baseados em histórias escritas por génios literários, e ambos os filmes têm entidades que gostam de reduzir os inimigos a pó. Do lado do Hobbit era o Smaug (que quase parece a palavra "gomas" ao contrário), e do lado da Guerra dos Mundos, eram os malvados marcianos com os seus raios desintegradores.
Ora o tipo que percebia de coisas na Guerra dos Mundos, afirmou que esses raios retiravam os mesões das coisas que atingiam. Logo aí vieram-me à cabeça diversas coisas, como protões, unicórnios, e os habitantes de Mesão Frio (Vila Real). Aleatoriamente escolhi os protões (para grande tristeza pois preferia os unicórnios) e veio-me logo à cabeça o Protasov (grande jogador).
Mas falando em Protasov, obviamente que uma pessoa pensa em bananas, pois são uma óptima fonte de potássio, e é também graças a isso que são ligeiramente radioactivas devido à presença do isótopo potássio-40.
Comecei então a magicar uma história em que traficavam armas nucleares escondidas em bananas, mas achei a história tão parva que tive de a aparvalhar ainda mais. E se invertêssemos as coisas...?
O Traficante - Short Story
Estava um dia frio, e a chuva teimava em não parar. Acendi um cigarro e dirigi-me ao inspector da alfândega, tentando não parecer nervoso. O homem devia estar nos seus 50/55 anos e já começava a ganhar uma barriga proeminente. Saudei-o à distância enquanto me aproximava cada vez mais dele.
- Ora viva amigo, então o que é que aí traz nesse camião?
- Ahh nada de especial, só dois mísseis nucleares.
O homem olhou de esguelha para a parte de trás do camião e franziu o sobrolho.
- De certeza que não me está a esconder nada? A radiação que isto está a mandar são valores meio esquisitos...
Uma gota de suor frio percorreu-me as costas, mas continuei o jogo como se nada fosse.
- Ah é que eu passei por espanha, e como não gosto dos gajos soltei um painel de uma ogiva para espalhar um bocadinho de radiação... eheheheh. Não vão ter necessidade de ir cortar o cabelo tão cedo, ahahahahah.
- Não me está a enganar, pois não?
- Acha?? Não senhor guarda, é como lhe disse, são apenas dois mísseis nucleares, que nem sequer chegam aos 500 quilotons... é uma miséria... Dá para arrasar com Lisboa e Porto, mas e depois o resto? E os estudantes de Coimbra? E os ingleses do Algarve? E os alentejanos? Vão-se ficar todos a rir? 'Tá a ver o meu problema?
- Pois amigo, tem razão tem razão... lá diz o ditado, sem ovos não se fazem omoletas... vá pode passar e tenha um bom resto de semana...
Agradeci e fiz seguir o camião. Estava feito e o homem não tinha desconfiado de nada. Dentro dos mísseis nucleares estavam escondidas centenas de cachos de bananas da Madeira para tráfico. Apeteceu-me soltar uma gargalhada, mas a única coisa que me veio à cabeça foi que quem come muitas bananas não precisa comer Nestum Arroz.
Fim
P.S. - É mentira que a banana prenda o intestino, na realidade ela funciona como regulador.